GIRASSOL DOS VENTOS !
Meu verso é faca amolada
de dois gumes, fere, corta!
Minha fé inabalada
na celestial figura,
não é tão casta, tão pura,
pois que ninguém é perfeito !
Não sou herói da virtude,
mesmo assim, fiz o que pude,
coisa alguma me ilude
à não ser que eu mesmo queira !
Tenho a mente e o peito abertos,
pra ver de longe ou de perto,
as cores do panorama !
Ao sabor do girassol dos ventos,
nos descaminhos da vida,
cada um vive o seu drama !
Corpo, corte, confluências,
devaneios e demências,
veto, vate, vento, veia,
teima, trama, trono, teia,
infinita incoerência
dorida, dourada, deslumbra
a leve e lúcida loucura !
E o beija-flor da poesia
por ser ousado e valente,
por vontade ou teimosia,
levemente inconsequente
trinando nos seus bemóis,
passeia tranquilamente
entre orquídeas e girassóis !
antonio carlos depaula
poeta e compositor
AC de Paula
Enviado por AC de Paula em 19/02/2008
Alterado em 19/02/2008