VENCEDORES.

A vida imita a arte, o poeta irrita o status quo, afronta as convenções, e as palavras acendem o fogo da razão, inflamam sentimentos e explodem pensamentos. Tem gente que se embriaga de poesia na lida do dia a dia calejado de esperança.

O poeta subiu no seu telhado de vidro, e sem ao menos dar ouvido aos apelos da plateia, pensou em alto e bom tom: Já era, a brisa, o sonho, a ilusão. Em compasso de espera a gente segue em frente, e é bom ter-se em mente, gana, motivo, e paixão.

Feliz daquele que pode ter na vida a grande sorte; excesso de juventude como sua causa mortis. Enquanto isso, lá no Planalto Central, as caras e, bocas, postura, e fala de um certo ex-presidente, mudaram radicalmente. O falastrão inconsequente desce da sua pose tirânica, titânica e inconsequente ao piso da realidade e apresenta a sua versão paz e amor, medindo as palavras e, pasmem, pedido licença para fazer piadinhas.

E eu fico pensando na vantagem de ter hoje, mais passado que futuro. É um privilégio estar inserido no cenário do surgimento da caneta esferográfica, xerox, fax, celular, a evolução da eletrônica, a difusão da internet, e outras tantas modernidades, que hoje são corriqueiras.

Quanta evolução, em que pese até hoje haver guerras, desigualdades, injustiças e descaso com a natureza e o meio ambiente. Alguns de nós vivemos e testemunhamos in loco tudo isso, inclusive estávamos inseridos no panorama da maior pandemia que dizimou vidas no mundo inteiro, sobrevivemos para contar a história, e é praxe que a história é contada pelo vencedor, somos portanto, vencedores.