UMA PROVA DE AMOR
Na penumbra do quarto, onde o cheiro do perfume se misturava ao aroma dos lençóis recém-trocados, eles estavam entrelaçados. As mãos dele eram firmes, carinhosas, enquanto os olhos dela refletiam um misto de amor e frustração. O pedido dele, repetido incansavelmente, soava como uma melodia dissonante que ela não conseguia ignorar, mas também não podia aceitar.
Cada beijo, cada toque, parecia carregar um peso maior do que o amor carnal que compartilhavam. Havia uma demanda não declarada, um desejo de controle que ela não estava disposta a ceder. Seus dedos acariciavam o rosto dele, tentando encontrar um meio de fazer com que ele entendesse.
— Prova que você me ama! — As palavras dele ecoavam pelo quarto, ressoando na mente dela como uma súplica que se transformava em uma ordem.
Ela suspirou, a exaustão evidente em seu semblante. Como poderia ele não ver? Como poderia ele não entender que o amor não se mede por senhas, segredos ou concessões forçadas?
— Eu já te falei, de jeito nenhum, pode esquecer! — A firmeza em sua voz era inabalável.
Ele tentou insistir, mas ela o silenciou com um gesto delicado, sua mão repousando sobre os lábios dele.
— Nem mais e nem menos mas! Já disse não!
A frustração dele era palpável. Para ele, a resistência dela era um sinal claro de falta de confiança, de falta de amor. Mas para ela, ceder seria abrir mão de uma parte de si mesma que não estava disposta a sacrificar.
— Então você não me ama! — Ele acusou, o tom amargo tingindo suas palavras.
Ela se afastou ligeiramente, a raiva começando a borbulhar sob a superfície de sua pele. Como poderia ele ser tão cego, tão implacável em sua demanda?
— Já disse que não dou! — Ela reiterou, a voz mais alta, mais firme.
A tensão no quarto era palpável, uma corda esticada ao máximo, prestes a arrebentar. Ele olhou para ela, os olhos cheios de confusão e mágoa. Ela o encarou de volta, determinada, sem desviar o olhar.
Por fim, ele soltou um suspiro resignado, ciente de que não conseguiria o que queria. Ela permaneceu firme, sabendo que, apesar do amor que sentia, havia limites que jamais deveria cruzar.
— Chega, já disse não. Se você quiser, a gente pode transar outra vez, até a noite inteira se você quiser, mas a senha do Face e do meu e-mail eu não te dou, nem à pau!
E, assim, ambos ficaram ali, presos entre o desejo de estar juntos e a necessidade de manter sua própria individualidade intacta.
PS. Vocês estavam pensando o que, hein???