Tic tac, tic tac...
encontrei aquele
Velho Ditado
sentado no banco
da Praça do Mundo
conjugando
o verbo sonhar,
e ele me disse :
viver é preciso,
sonhar é imprescindível:
Cabelos brancos...,
a areia passou
pelo furo da ampulheta,
e com ela carregou
o revolver de espoleta,
as peladas no campinho,
a estrela de xerife,
a bola de capotão,
o estilingue,
e até as nuvens de algodão..
Mais uma ruga,
o tempo passa
sempre no mesmo ritmo;
as vezes achamos
que ele é valsa,
outras é rock pauleira.
Outro neto nasceu,
tic...tac...,tic...,tac...,
quando perdemos tempo,
temos a sensação
de ter comido
a última bolacha
do pacote,
e fica na boca da gente
aquele gosto de quero mais,
e aquela angústia
causada pela
possibilidade
do impossível.
As folhas caem,
o tempo é precioso,
tic... tac..., tic tac...,
posso falar pois eu
já estou por aqui
há muito tempo,
tenho mais passado .
que futuro,
e ontem ainda
não era hoje,
e agora ,
já é quase amanhã .
Tic tac...,tic tac...
Ei tempo, dá um tempo!
Estivesse eu
em bons tempos
por certo a rima encontraria
Tic...tac. Tic ..tac....,
contratempos, desatinos,
cadê tempo pra poesia ?