eu teimo mas não aposto
de um duelo eu até gosto
mas porém tome tenência,
os seus versos, por favor,
estás rimando amor e flor,
sem ritmo e sem cadencia,
seu cordel vai à falência,
no assunto tenho vivência,
nem todo mundo se cria,
é preciso ser batuta,
para me enfrentar na luta
da peleja e cantoria!
Dom Quixote seu menino,
era um cara arretado
nascido lá nordeste
com nome de Virgulino,
mas por força do destino,
e para fugir da volante,
ficou um tempo escondido
na cuca de um tal Cervantes,
na verdade um retirante
cabra macho e nordestino!
Sancho Pança foi com ele
para abrir os caminhos,
foi conquistando donzelas
pelas torres dos moinhos,
seus ideais de conquista
ultrapassaram a lista
dos utópicos sonhadores,
vida longa à cantoria,
à peleja, aos cordelistas,
que se encontram nas listas,
dos melhores cantadores!
seu verso ficou capenga,
não tem santo que lhe ajude,
a não ser que a rima mude,
até a hora do espanto,
mas lhe asseguro no entanto,
meu verso não tem fronteiras
não se esconde atrás do manto,
se é para chorar eu canto
e entro na brincadeira!
tanto aqui, como alhures,
se por acaso procures,
meu nome está na lista,
meu camarote é vip,
já rimei, tenha certeza,
nas praias de Fortaleza
ante o espanto e a beleza,
das velas do Mucuripe!
AC de Paula
poeta e compositor