JANGADEIRO NO GALOPE!
não preciso de perdão,
e muito pelo contrário,
no fluxo ou na contramão,
eu perdoo o adversário,
que se auto intitula
do Engenho ser o dono,
mas é um rei se coroa,
sem moral, e sem crachá,
pois o seu extenso mundo,
não passa de Irajá!
diz que faz e acontece,
diz que é cobra criada,
mas no repente, no martelo,
diz que goiaba é marmelo,
é genérico, é falso,
põe valente em disparada
pra correr no seu encalço!
não pretendo criar fama,
pois de sobra eu já a tenho,
quem é do ramo conhece,
de cor o meu desempenho,
no meu taco eu confio,
me garanto no galope,
e gente que sabe tudo,
e se diz dona do mundo,
eu abato em um só golpe!
meu verso na balanceia
e a rima não nega fogo,
tenho pena de quem tenta
enfrentar-me na peleja,
cachaça não é cerveja,
nasci pra virar o jogo,
cada um faz o que sabe
e a competência não cabe
a quem não sabe o que diz,
valha-me oh! Deus do céu,
como diria Noel ,
mas que Palpite Infeliz!
sou atrevido e ousado
não me falta competência,
verso direto ou cruzado,
não me faço de rogado
e não perco a excelência,
me desculpe camarada
mas seu papel é de tolo,
você vem com a farinha
quando eu já comi o bolo!
o galope a beira mar
meu amigo, é minha praia,
sua fama é fantasia
numa ilha encantada,
já rimei em Maresias,
fiz a noite virar dia
lá em Canoa Quebrada,
pelas praias do nordeste,
cantador cabra da peste,
eu fiz cordel em jangada!
AC de Paula
poeta e compositor
AC de Paula
Enviado por AC de Paula em 26/03/2013
Alterado em 26/03/2013