o galo que canta aí,
é o mesmo que aqui canta
economize garganta,
minha poesia encanta,
mas estamos na peleja,
muito bem, pois hora veja,
água, cachaça, cerveja,
o que vier eu entorno,
e pra responder um verso,
leio, absorvo e retorno!
creia causou-me espanto,
você demorar, e tanto,
pra responder a cantoria,
estás mal de pontaria,
andastes tal visionário,
a caçar no dicionário
as rimas para a resposta?
versar não é brincadeira,
é só pra quem sabe, e gosta!
tubarão ou lambari,
eu não estou nem ai,
tenho isca, anzol e linha,
e quando é pouca a farinha,
primeiro quero o pirão,
cabeça de tubarão,
eu faço virar sardinha,
eu só falo por inteiro,
bambeou no meu terreiro,
o galo vira galinha!
pra mim não houve vantagem,
pra você faltou coragem,
gabarito e talento,
para responder de pronto,
sei, ficastes meio tonto,
entendo mas não lamento,
meu verso a sabor do vento
é espada de samurai,
você jura que é bamba,
todo bamba um dia cai!
falo no verbo rasgado
não me escondo em entrelinhas,
príncipes, reis e rainhas,
conhecem meu versejar,
sonetos, prosas, aldravias,
trafego em todas as vias,
jamais fico na rabeira,
não sou de comer poeira,
acho por bem lhe avisar!
pra não dizer que não disse
que é bobagem, que é tolice,
você querer me enfrentar
em roda de poesia,
eu dou nó em pingo d’água,
pra provar que sou Coringa,
eu disse pingo e não pinga,
bebo água na moringa,
na bacia ou alguidar!
AC de Paula
poeta e compositor
obs: resposta ao texto SOU TINHOSO NAS RIMAS X CORINGA do poeta F.Santos
AC de Paula
Enviado por AC de Paula em 15/03/2013
Alterado em 15/03/2013