se eu fosse o vento
sopraria em seu ouvido
quem sabe, uma linda canção,
que falasse de esperança,
de alegria, de paixão,
de perfume nos jardins,
de sorrisos de criança,
de rosas, cravos, jasmins.
de orquídeas e violetas,
de praia, sol e luares,
de cascatas, rios e mares
nunca dantes navegados,
e quem sabe, de lugares
feito oásis desejados,
de sonhos armazenados
no armário da memória,
de detalhes dos momentos,
de anseios incontidos,
de fadas, bruxas, duendes,
de magia e sedução,
e da tal felicidade
à que todos têm direito,
do amor dentro do peito,
em hora errada ou incerta,
de quimeras e devaneios,
sem medo e sem receios,
e assim, de todos os meios
talvez fazê-la sorrir!
mas no entanto eu lamento
pois quem sou eu para ser vento?