há de se falar de amor,
dos sentimentos a essência,
há de se mergulhar fundo,
não perder nenhuma chance,
e por pura coerência
há de se falar de tudo,
nem só de amor e romance,
não só da mera aparência,
é da vida em cada lance
que se exercita a poesia!
nas pétalas sem perfume
da Rosa de Hiroshima
no risco dos reatores
do complexo de Fukushima
do caos e confusão,
poesia é faca de ponta
e a bússola aponta
para a nuclear fusão!
o cenário era de paz
quando Deus criou o homem
e lhe deu o livre arbítrio,
e o homem inventou a guerra,
enriqueceu o urânio,
empobreceu a terra
e hoje um tanto desolado
colhe o fruto apodrecido
da semente que plantou
no oriente do planeta
sempre desorientado!
onde, rosas e gerânios
e sorrisos de crianças,
onde os jardins em flor?
não posso ficar calado
e nem só falar de amor!
cale-se quem puder!
AC de Paula
poeta e compositor
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