o tempo passa depressa,
amadurece a fruta
enrijece a luta,
o pensamento reluta
e a razão prevalece,
mas o sonho sobrevive
aquém e além da ilha,
a ausência e a distância
muito embora não pareça,
não altera o sentimento
que o peito ainda aquece,
a concha da ostra é sensível
e nada é como parece,
e ainda que de forma invisível,
tudo é como era antes,
não se apaga,
não se esquece,
mas há quem só acredite,
no que se pode tocar,
no que se veja, ou leia,
pois no fundo a alma alheia,
é difícil de alcançar,
prevalecem as aparências,
e aquilo que se pensa,
ou o que se quer acreditar,
é pura questão de escolha!