havia uma rosa
que não tinha espinho,
tinha um caminho
em que não havia pedra,
melhor com a saudade
do que andar vazio,
pois é na solidão
que a tristeza medra!
havia um poeta
que perdera a rima,
o verso, o poema,
o sonho, a ilusão,
o azar por sorte,
desilusão por sina,
não havia problema
e nem solução!
mistério profundo,
loucura tamanha,
quem perde o juízo
a lide não ganha,
não vence a partida,
não vence a batalha!
e na roda viva,
no final da tarde,
quando o sol desmaia,
tão só, sem alarde,
e o vento ensaia
mais uma canção,
o poeta se arranha,
no espinho que escolta,
a rosa encantada
de uma solidão!