Pai Nosso que estáis no céu,
vamos falar francamente
ando cético e descrente
e vou deixar minha deixa,
e nessa falsa elegia
perdoe-me a ousadia,
vou registrar minha queixa!
Valei-me São Benedito
por tudo o que tenho visto
já por nada me espanto,
Valei-me oh! Santa Clara,
mas a virtude é coisa rara,
não sei se choro ou se canto!
Salve meu caro São Jorge,
quase nada me comove
empresta-me a tua lança,
para enfrentar o dragão,
dessa tal corrupção,
que só cresce e avança!
Salve Santa Madalena
minha espada éo poema
sou apenas um poeta
que perdeu a rota certa,
e que quase vai à pique,
Perdoe-me Santo Onofre,
é tanto ardil e trambique,
que pra segurar o choque,
só cachaça de alambique!
AC de Paula
poeta e compositor
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