APRENDIZ DE POETA !
eu faço versos
como quem vai a feira,
buscar restos de esperança,
na barraca das ilusões,
como brinquedo de criança,
remendado de emoções!
eu faço versos
como quem se faz de louco,
pra segurar tanta barra,
pra esquecer que ganha pouco,
e que pra se iludir se agarra
às garras da imaginação!
eu faço versos
como um operário da arte
dedicado ao seu ofício,
um operário padrão,
em cujo peito pulsa, bate,
o que chamam; coração!
eu faço versos
assim como alguém que sofre
as dores de uma solidão,
e que por querer, ou por descuido,
pode queimar-se nas brasas
da fogueira da paixão!
eu faço versos
assim como alguém que ama,
sem algemas e sem regras,
sem limites e sem alarde,
e que no peito carrega,
fragmentos de saudade!
eu faço versos
como quem sonha acordado,
como quem colhe um beijo
na boca da mulher amada,
e segue a estrela guia
que brilha no seu olhar!
eu faço versos,
como quem esqueceu o ofício,
como quem chorou um sonho,
como quem ardeu na fogueira,
como quem sonhou um beijo,
como quem perdeu sua estrela,
como quem ousou ser feliz,
pois afinal, eu, de poeta,
sou apenas um aprendiz!
antonio carlos de paula
poeta e compositor
AC de Paula
Enviado por AC de Paula em 06/01/2007