O Vô Sem Parafuso tinha grandes motivos para estar mais alegre do que sempre estava normalmente, afinal longe do corre-corre da metrópole paulistana e na companhia mais do que agradável dos netos, ainda que não todos, as cores da vida ficavam ainda mais coloridas.
A Aline e a Jéssica no dia anterior, já haviam se divertido a valer no clube, o André havia perdido a conta de quantas vezes subira a escada do tobogã gigante, o mesmo em que para supresa de todos o Vô Sem Parafuso havia subido tranquilamente e deslizará em direção ao azul da piscina.
A mãe mimadinha da menininha mimadinha chamada Aline terminava de arrumar a mesa para o café da manhã, que como sempre estava repleta de doces delícias, principalmente aquelas que os médicos dizem que é pra gente comer pouco.
Mas quem resiste a tanta gostosura?
Marcelo o pai da meninininha mimadinha, não parava de incentivar todo mundo a se fartar de alimento logo pela manhã.
- É preciso comer bem para aguentar o pique do passeio e do sol da tarde, dizia ele.
A mãe da menininha mimadinha terminou de arrumar a mesa do café e ia se sentar quando o André disse bem alto.
- Cuidado tia! Vai sentar em cima do Xaninho!!
- Que Xaninho André? Não tem nada aqui!
- Oh! Tia, o Xaninho meu gatinho, não tá vendo ele não?
A mãe da Aline embarcou na brincadeira!
- Ah! desculpe, eu não tinha prestado atenção, xi era capaz dele ficar bravo e até me morder!
- Ele não morde não tia, o Xaninho é mansinho e bem educado!
- Ainda bem né? Ele é muito bonitinho, é siamês né?
- É angora tia! A senhora não tá vendo?
- Ah! é mesmo eu confundi!
- De que cor é o Xaninho tia?
- É branco!
- É cinza tia!
- Mas é cinza claro!
- É escuro tia!
Terminaram finalmente de saborear o lauto café matinal e foram para O Parque do Povo, que o André já havia batizado de Parque do Ovo! O dia transcorreu sem maiores novidades além de passeios e mais passeios.
No dia seguinte a mãe da Aline resolveu continuar a brincadeira do Xaninho, afinal era garantia de boas risadas.
- Cadê o Xaninho André, ele não vem tomar café não?
- Ô tia! o Xaninho foi embora!
- O que aconteceu André, pensei que ele fosse ficar com vocês.
- Ele ia ficar tia, mas teve que ir embora porque ele trouxe pouca roupa!
EM TEMPO:
qualquer semelhança entre o dono desse gato e o Vô Sem Parafuso não é mera coincidência!
AC de Paula
poeta e compositor