tudo posso
na tela que se me apresenta,
posso ser o que aparenta
também pode ser que não!
posso ser rei ou pirata,
pobretão ou magnata,
preto, branco, magro, feio,
lindo, gordo ou atleta,
ou mesmo um psicopata,
ou fugir da depresão,
fingindo que sou poeta!
não se iluda com a foto
que pode não ser verdadeira,
posso falar de amores
que um dia inventei,
de dores que não senti
de sonhos que nunca tive!
por isso muito cuidado
ao se enredar nesta teia,
que parece um grão de areia
comparada ao universo!
e não se deixe levar
pelo verso ou aparência,
ninguém sabe a essência,
daquilo que vê ou lê!
posso ser um mau caráter,
trambiqueiro, messalina,
lobo em pele de cordeiro,
falso, dissimulado,
mas posso ser verdadeiro,
posso ser um ombro amigo,
um confidente leal,
a mão que embala o berço,
ou uma atração fatal!
posso ser homem ou mulher,
uma puta, um travesti,
ou um estelionatário
em busca de algum otário,
escondido no perfil
de uma rede social!
um corvo ,ou uma serpente,
prontinha pra dar o bote,
um colibri de rapina
navegando pela rede,
em busca de algum incauto,
à cata de uma inocente,
sofrida, desiludida,
que acredita em sonhos
ou em príncipes encantados!
posso até ser gente boa,
mas no fundo ninguém sabe!
se acautele e pense nisso
pode ser, pode não ser,
e pelo sim e pelo não,
eu bem sei, tenho razão,
ninguém sabe o que se passa
dentro de um coração,
posso ser fera enjaulada
nas grades de uma prisão!
posso até ser um poeta
com excesso de juventude
e que vive com um pé atrás
com essa tal modernidade,
desconfiado demais!
e fica aqui um alerta
que até me compromete,
vá devagar, siga a seta
não caia nas armadilhas,
nas garras da internet!
AC de Paula
poeta e compositor
AC de Paula
Enviado por AC de Paula em 25/02/2011
Alterado em 25/02/2011