na fachada colorida
da minha massa cinzenta
a coragem me isenta
de toda e qualquer paura,
e quem dorme na viagem
não aprecia a paisagem
nem vê o brilho da lua!
células despetaladas
presas e emaranhadas
numa teia de neurônios,
é lá, no fundo da mente,
que existe a chama ardente,
dos deuses ou dos demônios!
eu não vou morrer de tédio
para tudo há um remédio,
estou alerta e atento,
não temo a moça da foice
e faço o sol brilhar na noite
de um poema que invento!
eu nasci desajeitado,
feio, careca, e pelado,
e até o meu anjo da guarda
coitado, se assustou,
sou meio assim complicado,
sei amar profundamente,
até dou conta do recado,
mas, não sei falar de amor!
antonio carlos de paula
poeta e compositor
www.antoniocarlosdepaula.com