poeta amigo São Beto
diz ai pro Seu Maneco
que a conta do boteco
devo, não pago, e não nego,
mas é coisa passageira
pede outra saideira
e pendura no meu prego!
estou na terra da garoa,
satisfeito, numa boa,
na cara um sorriso aberto,
é paixão desenfreada
um tanto desavergonhada
poeta amigo São Beto!
diz que um dia eu apareço
e que jamais me esqueço
quem na crise me socorre,
diz que eu mando lembranças,
e que também a esperança
é a última que morre!
aqui vou levando a vida
e pendurando a bebida
lá no bar do Seu Joaquim,
diz ai pro Seu Maneco,
de amor quase tive um treco,
e não se esqueça de mim!
diz que vida de poeta
é apertada e incerta,
mas tem lá sua razão,
e que um dia eu retorno,
e outras cervas entorno,
pra sangrar o coração!
(e talvez saldar a conta!)
antonio carlos de paula
poeta e compositor