eu tentei fechar a porta
quando a saudade bateu,
eu ia dizer que não estava,
mas ela entrou sem pedir licença,
como quem fôsse de casa,
meio assim, sem cerimônia,
com tamanha intimidade
que até me intimidou !
deslizou por minha pele,
se fez brilho nos meus olhos,
desarticulou-me as palavras,
desmorou-me as bases,
quem amou demais, já sabe,
como é que isso acontece !
e de repente veio o pranto,
e eu ali, no meu canto,
sangrando no desencanto
da inusitada visita,
surpreso, porém nem tanto!
imagino se mereço,
acho que sim, é o preço,
pois a danada saudade
não perde o meu endereço !
antonio carlos de paula
poeta e compositor
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