SEIS PONTO ZERO
o tempo passou depressa,
a verdade desacata,
deixou-me fios de prata,
levou-me o brilho do olhar!
calcinou minha esperança,
demoliu-me alguns castelos
e madurou alguns sonhos!
ineficaz a tentativa
de solucionar o dilema,
não existe estratagema
que detenha o inevitável!
o tic-tac do relógio,
o bramir da tempestade,
o sibilar de uma bala!
não se abale, o tempo urge,
e feito uma fera, ruge,
e nos mostra as suas garras !
selei meu cavalo marinho
e galopei pelas estrelas,
desbravei outros caminhos,
por entre flores e espinhos,
querendo saber de tudo!
mas qual o que, ledo engano !
horas, dias, meses, anos,
fiz promessas, refiz planos,
e vem o tempo e me contunde,
me atrapalha, me confunde,
e eu nem sei como não pude
na engrenagem da rotina,
achar o mapa da mina
da fonte da juventude !
antonio carlos de paula
poeta e compositor