UM "CINCO MINUTO!"
foi meio assim, de repente,
eu meio de teto baixo,
da vida esse jogo bruto
deixou-me o riso em luto,
morimbundo e cabisbaixo !
e amargurado e carente
pensei em encher a cara,
e encontrar a rima rara,
para ancorar versos mancos,
que aos trancos e barrancos,
nem sei como rabisquei !
mas na calada da noite,
da solidão, o açoite,
me disse que era em vão,
- a dor não faz o poeta,
disse a saudade profeta,
e ela tinha razão !
desisti de procurar
as rimas da realeza,
pedi mais uma cerveja,
e os versos que escrevi,
lhes confesso, não os li,
pois ali, naquela hora,
num ímpeto, e resoluto,
me deu um cinco minuto,
peguei, rasguei, joguei fora !
antonio carlos de paula
poeta e compositor
AC de Paula
Enviado por AC de Paula em 27/05/2008
Alterado em 27/05/2008