ENTRE NUVENS
me lembro,
no dia em que fui às nuvens
eu descobri o deslumbre
da imensa imensidão,
e então,
quase entrei em parafuso
quando atônito e confuso
não senti meus pés no chão!
desalento e alma vazia,
quando sonhei que não tinha
nenhum sonho pra sonhar,
triste,
feito boi que vai pro abate
Don Quixote em combate
o coração à sangar!
pra minha sorte
minha sina é cantar,
escravos da paixão
não jogam caxangá!
havia,
tanta estrela no caminho
e meu peito em desalinho
parecia flutuar,
no dia,
em que a fada madrinha
perdeu a tal da varinha
e me fez desatinar! AC de Paula.
poeta e compositor